sábado, 13 de outubro de 2007

Machuca "Cine Chileno"



Filme: Machuca.
Diretor: Andrés Wood.
Roteiro: Andrés Wood, Eliseo Altunaga, Roberto Brodsky y Mamoun Hassan.
Atores: Matías Quer, Ariel Mateluna, Manuela Martelli, Ernesto Malbran, Aline Küppenheim, Federico Luppi.
Música: Miguel Miranda, José Miguel Tobar.
Fotografia: Miguel Joan Littin M.
Chile: 2004, 115 minutos.



Machuca é um filme desses que colocam a gente para pensar. Como diz o meu professor de Teoria Literária aqui usamos a Teoria dialógica, vemos além do filme. Ele se passa um pouco antes do Golpe de 1973, onde Pinochet impõe o poder sobre Salvador Allende. Gonzalo estuda em um exclusivo colégio de Santiago o Saint Patricks, ali chegam um grupo de meninos pobres, que forma parte de um programa de integração. Assim se conhecem Gonzalo Infante e Pedro Machuca, que serão amigos com o decorrer da trama, em torno disso, vemos a situação em que a nação chilena se encontra, com uma crise prestes a explodir. Umas das partes que me mais chamou atenção foi a parte do muro, que quando o país estava em crise diz: "No a la guerra civil", quando a crise explodiu o muro diz: " A la guerra civil" e já no fim do filme, quando o regime de Pinochet está imposto o muro está apagado. Isso me fez refletir muito. 

No filme aparecem vários pontos mostrando a nação chilena, a sua pobreza e o seu sofrimento. Em meu ponto de vista, Machuca simboliza a fração pobre do Chile, ou seja, a maior parte, Gonzalo a fração rica, que tem acesso a comida, cigarro e outras coisas. No regime de Allende essas duas nações viviam juntas, apesar das diferenças, mas no regime de Pinochet é mostrado claramente que isso é impossível. Outra parte interessante do filme é o símbolo da "lata de leche condesada", que unia os dois meninos com a menina, ali representada pela nação chilena, já no fim do filme isso é interrompido, pois a "nação" morre e essa amizade é terminada de forma trágica.

Nesse filme vemos a visão de um menino no ano de 1973, época em qual o ocorre essa grande ruptura. O Estado fica na mão dos militares, onde as diferenças sociais são extremas. No filme, vemos que o dinheiro faz toda a diferença, que tem o poder é quem tem dinheiro. O dinheiro sobrepõe os principios, os valores e os ideais. Esse é um grande filme que merece ser visto e apreciado, com a incrível atuação dos dois meninos, Matías Quer (Gonzalo) e Ariel Mateluna (Machuca). São dois meninos de onze anos que vivem em Santiago, o primeiro vive em um bairro de classe alta e o segundo em uma favela. O Padre Mc Enroe, diretor do colégio religioso, integra a elitista instituição alguns garotos de famílias pobres de poucos recursos. No governo de Salvador Allende isso era possível, já no regime militar de Pinochet, não. Pedro e Gonzalo estudam na mesma sala e entre eles crescerá uma bonita amizade, ainda que seja no meio de tantas turbulências sociais e políticas.



Este é o argumento dessa obra escrita e dirigida por Andrés Wood, projeto entre cujas as intenções se encontram primordialmente no tempo e no lugar, uma amostra do político e do social desde o sentimental vivido na época. Wood, nasceu no Chile em 1965, portanto viveu na sua própria carne e na sua infância os feitos históricos que se mostravam. O trágico se marca desde o começo, com os antecedentes históricos que o espectador conhece, quando aparece os novos alunos, os garotos de famílias sem recursos, se misturam com os garotos da classe alta. O filme se concentra no político e na sua tragédia e está interiorizado ao centralizar a narração da amizade entre os meninos e ao mostrar dessa perspectiva a possibilidade do respeito mutúo, compartilhando a aprendizagem, confissões, brigas e até as primeiras experiências sexuais.

O roteiro do filme se justapõe com talento dos planos narrativos, que são os testemunhos histórico-sociológico e em oposição com esses elementos, a progressiva intimidade que surge entre os dois amigos e logo depois com Silvana a vizinha de Machuca. No retrato da amizade entre os dois amigos o diretor opta pelo lado do romantismo e que serve de fórmulas simbólicas como a bicicleta. O retrato da amizade incondicional é quebrado pela própria bicicleta. Algo também interessante do filme é a relação adúltera da mãe de Gonzalo, ela o faz sem nenhum pudor na frente do filho, mostrando vícios da alta burguesia e até a quebra dos valores que são defendidos. 


Um dos pontos chave do filme é quando o padre , antes de abandonar a escola, vai ao sacrário e come todo o corpo de Cristo, para depois dizer "este lugar ya ha dejado de ser la casa del Señor", vemos que os valores católicos ali também podiam sustentar o modelo social que Allende defendia, que o nome de Deus não entende de política. Ali víamos dois padres, um defendendo o regime e o outro padre que era "rojo". Quem sabe o diretor foi um Gonzalo, aquele menino que chegou a sair da sua pequena vida e conheceu outro mundo e depois teve que ser obrigado a voltar a sua antiga vida, depois que ele conheceu o outro mundo, teve outra forma de pensar e seus ideais mudaram para sempre.



Várias propagandas sobre Machuca pelo mundo.

Trecho do Filme..


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3 comentários:

  1. Visto pela primeira vez em 2005, logo depois vi em agosto de 2007, e com amigas vi antes de ontem 12/10/07. E acho que o verei mais e mais.

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  2. Resenhas sobre filmes em castelhano

    http://toulouse.cervantes.es/Biblioteca/novedades_43_3.htm

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